Muito bem. Então este é meu primeiro post para a coluna “projeto aeronáutico”.
Como o próprio nome da coluna sugere, a intenção é a de fornecer elementos que permitam compreender como uma aeronave é projetada, o que ajuda a entender como uma aeronave funciona. Quais são as etapas desse projeto? Quais são os parâmetros a serem seguidos? Enfim… O que se faz quando se projeta uma aeronave?
Nessa minha primeiríssima publicação me limito a apresentar o que está por vir, meu “plano de trabalho”, digamos. Antes, uma pergunta: a quem se destina?
Ora, se destina a todos e a qualquer um que se interesse pelo tema. Mas em geral, podemos sublinhar alguns destinatários especiais, mais tipicamente interessados no assunto: engenheiros e principalmente estudantes de engenharia (o engenheiro sabe fazer isso!); construtores amadores que queiram entender melhor porque suas aeronaves são como são ou ainda aqueles que querer projetar suas próprias aeronaves desde do “zero”; pilotos e profissionais da aviação que queiram entender melhor porque as aeronaves são como são, tem a forma que tem, e outras coisas; aeromodelistas… Enfim… Se o assunto te interessa, você sabe porque!
O que faremos? Muito simples: iremos projetar uma aeronave! É claro que o projeto não irá até o ponto em que um leitor com os parafusos não muito bem apertados resolva construir a aeronave que projetaremos (sim, projetaremos!). O design ficará dentro dos limites do que é chamado de “conceitual”. No entanto, isso já é uma quantidade bem grande de trabalho e uma parte significativa do caminho. Depois do projeto conceitual, o que vêm é o projeto detalhado, com todas as medidas e parâmetros de cada componente, desde o tamanho e tipo de porca de cada parafuso até a envergadura. Ficaremos no conceitual.
Projetar uma aeronave, mesmo que somente “conceitual”, é um processo iterativo. Sempre que concebemos ou definimos alguma coisa, a concepção e a definição da próxima coisa nos obriga a olhar de novo ao que fizemos antes e assim sucessivamente, até que se chegue a um ajustamento em que tudo está no seu lugar. Além disso, será mais divertido se puder ser também “interativo”, no sentido que o leitor pode participar, através dos comentários, com sugestões e opiniões que podem ser incorporadas ao projeto. O ideal seria projetar a aeronave segundo a vontade do leitor, mas tenho que começar sem leitores, então tenho que começar com minhas próprias idéias.
Me basearei principalmente nos métodos que podem ser encontrados no livro “Aircraft Design. A Conceptual Aproach”, de Daniel Raymer, também chamado de “a Bíblia” do design aeronáutico. Para manter as coisas simples, manterei a matemática simples, e onde a matemática não puder ser simples, usarei alguns softwares que indicarei ao leitor para que possa fazer os próprios experimentos.
Iremos abordar os vários aspectos do processo: o projeto aerodinâmico, o projeto estrutural, a integração de sistemas e propulsão, legislação, entre outros.
Tentarei também manter os posts curtos, mas alguns deles terão que ser longos. Na medida do possível, quero fazer uma postagem por semana pelo menos, mas isso depende um pouco dos meus outros afazeres.
Enfim. Eis aí a apresentação. Espero que o leitor se interesse e participe.
No próximo post vamos estabelecer o ponto de partida, respondendo as perguntas: o que nossa aeronave deve fazer? Em qual categoria ela deve entrar? O leitor é sempre convidado a participar!
Muito importante: aeronaves matam! Não me responsabilizo pelo uso que qualquer um fará do conteúdo que será postado nessa coluna!
rafaell diz
O autor esqueceu de continuar o Post..!!! :(
Rodrigo Zanatta diz
Esqueci não Rafael… É que estou tremendamente atarefado com seus estudos (eng. aeroespacial) e provas que não acabam mais além da necessidade de ganhar a vida, e não tô tendo muito tempo de atualizar e escrever para o site. Mas é provável que a partir de meados de setembro esteja liberado e o site se tornará a prioridade numero 1 por alguns meses. Volte e confira! De qq forma, obrigado pela visita e pelo comentário.