A aeronave experimental não tripulada X-51A Waverider falhou em sua tentativa de atingir a velocidade hipersônica.>
O X-51 foi projetado para atingir Mach 6, ou 5.800 km/h [3.600 mph], após ser lançado de um bombardeiro B-52 ao sul da costa da Califórnia, na última terça (14). Os engenheiros esperavam que a aeronave poderia sustentar sua velocidade máxima por cinco minutos, duas vezes mais que o X-51A já pôde fazer antes.Mas a Força Aérea (EUA) disse nesta quarta (15) que uma falha em uma superfície de controle impediu que a aeronave ligasse seu propulsor “scramjet”, e foi perdida.”É lamentável que um problema com este subsistema tenha causado uma interrupção antes que pudéssemos ligar o scramjet”, disse Charlie Brink, do Laboratório de Pesquisas da Força Aérea Americana, na base aérea Wright-Patterson em Ohio, durante uma coletiva.O vídeo abaixo ilustra com uma simulação o protocolo de lançamento previsto para a aeronave:
O Waverider se destacou perfeitamente do B-52 e ativou seus foguetes, como planejado. Então, seu propulsor Scramjet estava suposto a assumir a propulsão e atingir a velocidade de Mach 6. Mas isso não aconteceu. Quinze segundos após a separação do foguete, o Waverider saiu de controle, impedindo o teste do scramjet.
“Todos os nossos dados mostraram que havíamos criado as condições corretas para a partida do propulsor, e tínhamos muitas expectativas de conseguir atingir nossos objetivos”, acrescentou Brink.
O Pentágono tem testado tecnologias hipersônica na esperança de poder atingir alvos no globo em questão de minutos.
Esta foi a mais recente falha do programa do Waverider. Um voo de teste no ano passado foi encerrado prematuramente com um X-15A tentando religar seu propulsor até cair no Oceano Pacífico.
Durante o primeiro voo do X-51A em 2010, ele atingiu quase cinco vezes a velocidade do som (Mach 5) por três minutos.
Há agora apenas um X-51A disponível. A Força Aérea Americana ainda não decidiu se ou quando ele irá voar.
O vídeo abaixo é de um teste precedente com o Waverider:
O nome “Waverider” [literalmente: ‘que pega carona na onda’] deriva do fato que a aeronave está suposta a tirar benefícios propulsivos das ondas de choque causadas pela sua alta velocidade. Um propulsor scramjet se caracteriza pela ausência de partes móveis (não há compressor e nem turbina), e usa-se a velocidade do ar que se “choca” (do inglês “ram”) no motor para comprimi-lo. Se diferencia de um “ramjet” porque no “scramjet” a combustão ocorre com o fluxo de ar a velocidade supersônica (daí o “s”).
Nos últimos dias a imprensa global tem proliferado manchetes do tipo: “image viajar de Londres a Nova York em 1 hora”. No entanto, é oportuno ressaltar que trata-se aí de um projeto basicamente militar, cuja aplicação mais próxima é na produção de mísseis e armamentos de longo alcance em um curto período de tempo. Portanto, uma “manchete” mais apropriada ao projeto seria: “imagine disparar um míssil da Flórida e ele atingir um alvo no Afeganistão em 3 horas”. O uso da tecnologia em questão para transporte, civil ou militar, ainda está muito longe de ser viável.
O projeto do X-51A Waverider é uma parceria entre a NASA, a Força Aérea Americana (USAF) e o Pentágono.